quinta-feira, 1 de setembro de 2011

26º Domingo Comum - ano A


Refletindo o Evangelho do Domingo
Pe. Thomaz Hughes, SVD
Vigésimo Sexto Domingo Comum
Mt 21, 28-32
“Os cobradores de impostos e as prostitutas vão entrar antes de vocês no Reino de Deus”


Oração do dia
Ó Deus, que mostrais vosso poder sobretudo no perdão e na misericórdia, derramai sempre em nós a vossa graça, para que, caminhando ao encontro das vossas promessas, alcancemos os bens que reservais. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Evangelho - Mt 21,28-32

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus
Naquele tempo, Jesus disse aos sacerdotes e anciãos do povo: 28Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, ele disse: `Filho, vai trabalhar hoje na vinha!' 29O filho respondeu: `Não quero'. Mas depois mudou de opinião e foi. 30O pai dirigiu-se ao outro filho e disse a mesma coisa. Este respondeu: `Sim, senhor, eu vou'. Mas não foi. 31Qual dos dois fez a vontade do pai?' Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo responderam: 'O primeiro.' Então Jesus lhes disse: 'Em verdade vos digo, que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. 32Porque João veio até vós, num caminho de justiça, e vós não acreditastes nele. Ao contrário, os publicanos e as prostitutas creram nele. Vós, porém, mesmo vendo isso, não vos arrependestes para crer nele. Palavra da Salvação.

COMENTÁRIO
Esta é a primeira de uma série de três parábolas sobre o julgamento. Todas estão dirigidas ao mesmo público - os chefes dos sacerdotes e anciãos, ou seja, ao grupo de elite dentro do sistema religioso de Israel.
A parábola aqui trabalha com um esquema - o que é o “dizer” e o “agir” em resposta à vontade de Deus. Sendo parábola, que trabalha com simbologia, os dois filhos podem representar diversas personagens: o mais jovem pode representar o povo de Israel histórico que disse “sim” (Êx 19, 8) e não cumpriu com a sua palavra (Jr 2, 20), ou a geração do tempo de Jesus diante da pregação de João Batista e de Jesus. O segundo filho pode representar qualquer um que se arrepende: as duas categorias que recebiam então o rótulo de “pecadores”, mas, que aceitavam o convite de João para o arrependimento; também os pagãos que se convertem e creem em Jesus.
No fundo, a parábola retoma um tema muito claro no Sermão da Montanha: “Nem todo aquele que me disser: Senhor, Senhor! Entrará no Reino de Deus, mas aquele que cumprir a vontade de meu Pai do céu” (Mt 7, 21). Mateus é o Evangelho da prática da vontade do Pai, revelada em Jesus. O contraste entre os grupos na parábola chega a ser chocante - de propósito. De um lado temos a elite do sistema religioso judaico, que se considerava justa e sem qualquer necessidade de arrependimento; do outro lado, os pecadores públicos, bem conscientes da necessidade de conversão sincera. A parábola traz a mesma mensagem daquela do fariseu e do cobrador de impostos em Lc 18, 9-14, e tem ecos de uma outra parábola com dois irmãos - a do “Filho Pródigo” em Lc 15, 11-32.
Esse texto nos desafia para que façamos um exame de consciência. Quantas vezes rotulamos pessoas e grupos como pecadores, injustos, desprezíveis, a partir das aparências e dos nossos preconceitos, enquanto nos contentamos com uma prática externa de religião sem consequências práticas para a sociedade, assim como faziam os chefes dos sacerdotes e anciãos do tempo de Jesus. Hoje em dia, podemos não ter publicanos (o termo técnico para o cobrador de impostos da parábola, pois o imposto cobrado chamava-se “publicum”); mas, quantos são desprezados nas nossas comunidades como os publicanos de então, por serem “drogados”, “aidéticos”, “homossexuais”, “prostitutas”, “divorciados” ou por outros motivos? Quantas vezes nos contentamos com uma religião que consiste em simplesmente cumprir a tabela dos ritos e rituais, com a moral burguesa da sociedade idolátrica consumista, sem perguntarmo-nos sobre os frutos de justiça da tal prática!
Mateus insiste que é pelos frutos que se conhece a árvore. Os ouvintes dessa parábola devem ter ficado chocados e ofendidos com a frase de Jesus, “os cobradores de impostos e as prostitutas (pessoas consideradas irremediavelmente perdidas) vão entrar antes de vocês no Reino de Deus”. Pois, Jesus desmascarava a religião dominante em Israel, que, escondida atrás de rituais e minúcias legais, marginalizava a maioria e lisonjeava uma minoria que se outorgava o direito de julgar os outros, sem dar frutos de justiça, partilha e solidariedade! “É pelos frutos que se conhece a árvore” (Mt 7, 20). Deixemos que este texto chocante nos interpele, examinando os frutos reais da nossa prática, para que não caiamos na cilada dos chefes dos sacerdotes e anciãos, apontando os erros dos outros e julgando-os, sem sentir a nossa própria necessidade de arrependimento.

Salmo - Sl 24,4bc-5.6-7.8-9 (R. 6a)

R. Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura e compaixão!

4bMostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos,*
4ce fazei-me conhecer a vossa estrada!
5Vossa verdade me oriente e me conduza,
  porque sois o Deus da minha salvação;*
  em vós espero, ó Senhor, todos os dias!

R. Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura e compaixão!

6Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura *
  e a vossa compaixão que são eternas!
7Não recordeis os meus pecados quando jovem, *
  nem vos lembreis de minhas faltas e delitos!
  De mim lembrai-vos, porque sois misericórdia*
  e sois bondade sem limites, ó Senhor!

R. Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura e compaixão!

8O Senhor é piedade e retidão,*
  e reconduz ao bom caminho os pecadores.
9Ele dirige os humildes na justiça,*
  e aos pobres ele ensina o seu caminho.

R. Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura e compaixão!






25º Domingo Comum - ano A


Refletindo o Evangelho do Domingo

Pe. Thomaz Hughes, SVD

Vigésimo Quinto Domingo Comum

Mt 20, 1-16

“Os últimos serão os primeiros”

Oração do dia
Ó Pai, que resumistes toda a lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que, observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Evangelho - Mt 20,1-16a

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus
Naquele tempo: Jesus contou esta parábola a seus discípulos: 16,1'O Reino dos Céus é como a história do patrão que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. 2Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia, e os mandou para a vinha. 3Às nove horas da manhã, o patrão saiu de novo, viu outros que estavam na praça, desocupados, 4e lhes disse: 'Ide também vós para a minha vinha! E eu vos pagarei o que for justo'. 5E eles foram. O patrão saiu de novo ao meio-dia e às três horas da tarde, e fez a mesma coisa. 6Saindo outra vez pelas cinco horas da tarde, encontrou outros que estavam na praça, e lhes disse: `Por que estais aí o dia inteiro desocupados?' 7Eles responderam: `Porque ninguém nos contratou'. O patrão lhes disse: `Ide vós também para a minha vinha'. 8Quando chegou a tarde, o patrão disse ao administrador: `Chama os trabalhadores e paga-lhes uma diária a todos, começando pelos últimos até os primeiros!' 9Vieram os que tinham sido contratados às cinco da tarde e cada um recebeu uma moeda de prata. 10Em seguida vieram os que foram contratados primeiro, e pensavam que iam receber mais. Porém, cada um deles também recebeu uma moeda de prata. 11Ao receberem o pagamento, começaram a resmungar contra o patrão: 12`Estes últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o cansaço e o calor o dia inteiro'. 13Então o patrão disse a um deles: `Amigo, eu não fui injusto contigo. Não combinamos uma moeda de prata? 14Toma o que é teu e volta para casa! Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti. 15Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?' 16aAssim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos.' Palavra da Salvação.

COMENTÁRIO

Há um consenso entre os estudiosos da Bíblia de que o centro da pregação de Jesus era “O Reino de Deus” (ou dos Céus, que em Mateus, significa a mesma coisa). Mas, Jesus nunca define o Reino; pelo contrário, sempre o descreve por meio de parábolas, para que o ouvinte se esforce para descobrir quais são os valores que tornam o Reino de Deus presente no meio de nós.
A parábola de hoje nasce no contexto da realidade agrícola do povo da Galileia. Era uma região rica, de terra boa, mas com o seu povo empobrecido, pois as terras estavam nas mãos de poucos, e a maioria trabalhava ou como arrendatários ou como “bóias-frias” como diríamos hoje. Embora a cena situe-se na Galileia de dois mil anos atrás, bem poderia ser o Brasil da atualidade! Apresenta uma situação de trabalhadores braçais desempregados, não por querer, mas “porque ninguém os contratou” (v 7). Talvez haja uma diferença, comparando com a situação de hoje - na parábola, o salário combinado era uma moeda de prata, um denário, que na época era o suficiente para o sustento de uma família por um dia - o que nem sempre se verifica hoje.
O texto nos ensina que a lógica do Reino não é a lógica da sociedade vigente. Na nossa sociedade, uma pessoa vale pelo que produz - logo, quem não produz não tem valor. Assim se faz pouco caso do idoso, aposentado, doente, excepcional. Na parábola, o patrão (símbolo do Pai) usa como critério de pagamento, não a produção, mas o sustento da vida - também o trabalhador da última hora precisa sustentar a família; e por isso, recebe o valor suficiente, um denário.
O Reino tem outros valores da sociedade neo-liberal do nosso tempo - a vida é o critério, não a produção. Por isso, quem procura vivenciar os valores do Reino estará na contramão da sociedade dominante. O texto nos convida a imitar o Pai do Céu, lutando por novas relações na sociedade e no trabalho, baseadas no valor da vida, não na produção e consumo.
Para a comunidade de Mateus, a parábola tinha mais um sentido. Começavam a entrar pagãos na comunidade, e muitos cristãos de origem judaica tinham dificuldade em aceitá-los em pé de igualdade - eram “da última hora”. Mateus conta a parábola para ensinar a eles que no Reino, experimentado através da comunidade, não pode haver discriminação entre cristãos de várias origens; por isso, “os últimos serão os primeiros”. O critério é a gratuidade de Deus Pai, pois tudo o que temos, recebemos d’Ele, e sendo todos filhos e filhas amados d’Ele, a comunidade cristã não pode discriminar pessoas, por qualquer motivo que seja.

Salmo - Sl 144,2-3.8-9.17-18 (R. 18a)

R. O Senhor está perto da pessoa que o invoca!

2Todos os dias haverei de bendizer-vos,*
  hei de louvar o vosso nome para sempre.
3Grande é o Senhor e muito digno de louvores,*
  e ninguém pode medir sua grandeza.

R. O Senhor está perto da pessoa que o invoca!

8Misericórdia e piedade é o Senhor,*
  ele é amor, é paciência, é compaixão.
9O Senhor é muito bom para com todos,*
  sua ternura abraça toda criatura.

R. O Senhor está perto da pessoa que o invoca!

17É justo o Senhor em seus caminhos,*
   é santo em toda obra que ele faz.
18Ele está perto da pessoa que o invoca,*
   de todo aquele que o invoca lealmente.

R. O Senhor está perto da pessoa que o invoca!





24º Domingo Comum - ano A



Refletindo o Evangelho do Domingo

Pe. Thomaz Hughes, SVD

Vigésimo Quarto Domingo Comum

Mt 18, 21-35

“Não lhe digo sete vezes, mas até setenta vezes sete”

Oração do dia
Ó Deus, criador de todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos em nós a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo o coração. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Evangelho (Mateus 18,21-35)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
18,21 Então Pedro se aproximou dele e disse: "Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?"
22 Respondeu Jesus: "Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
23 Por isso, o Reino dos céus é comparado a um rei que quis ajustar contas com seus servos.
24 Quando começou a ajustá-las, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos.
25 Como ele não tinha com que pagar, seu senhor ordenou que fosse vendido, ele, sua mulher, seus filhos e todos os seus bens para pagar a dívida.
26 Este servo, então, prostrou-se por terra diante dele e suplicava-lhe: 'Dá-me um prazo, e eu te pagarei tudo!'
27 Cheio de compaixão, o senhor o deixou ir embora e perdoou-lhe a dívida.
28 Apenas saiu dali, encontrou um de seus companheiros de serviço que lhe devia cem denários. Agarrou-o na garganta e quase o estrangulou, dizendo: 'Paga o que me deves!'
29 O outro caiu-lhe aos pés e pediu-lhe: 'Dá-me um prazo e eu te pagarei!'
30 Mas, sem nada querer ouvir, este homem o fez lançar na prisão, até que tivesse pago sua dívida.
31 Vendo isto, os outros servos, profundamente tristes, vieram contar a seu senhor o que se tinha passado.
32 Então o senhor o chamou e lhe disse: 'Servo mau, eu te perdoei toda a dívida porque me suplicaste.
33 Não devias também tu compadecer-te de teu companheiro de serviço, como eu tive piedade de ti?'
34 E o senhor, encolerizado, entregou-o aos algozes, até que pagasse toda a sua dívida.
35 Assim vos tratará meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão, de todo seu coração.
Palavra da Salvação.

Comentário ao Evangelho

Este texto trata do último dos problemas comunitários no discurso de capítulo 18, o perdão. Mais uma vez é Pedro que articula em palavras o desafio cristão, “quantas vezes devo perdoar o meu irmão?” e responde ele mesmo, sugerindo “sete vezes”, com certeza achando que agir assim seria um exagero. Mas, para Jesus não basta o discípulo agir segundo os critérios desse mundo – o nosso modelo de ação sempre deve ser o Pai. Por isso, exige “não somente sete vezes, mas setenta vezes sete”, ou seja, para quem realmente quer se modelar em Deus, o perdão tem que ser sem limites. A frase lapidar é tirada da tradição comum que Mt partilha com Lucas, (Lc 17, 4); mas, Mateus acrescenta a parábola dos servos, para ilustrar a necessidade de misericórdia sem fim.
A ideia básica inverte a posição sangrenta e vingativa de Lamec em Gn 4, 24: “Se a vingança de Caim valia por sete, a de Lamec valerá por setenta e sete!” O cristão tem que deixar definitivamente por trás todo sentimento de vingança e assumir os novos valores do Reino de Deus, entre os quais tem lugar de destaque, o perdão.
A parábola provavelmente foi composta pelo autor mesmo, para ilustrar um dos pedidos do Pai Nosso, “perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos os nossos devedores”. Fazendo esse pedido, estamos querendo o perdão de Deus para que, experimentando-o, consigamos perdoar os nossos devedores (originalmente se referiu realmente às dívidas financeiras, mas aplica-se às ofensas em geral). Não é que o perdão de Deus depende do nosso – é sempre Deus que toma a iniciativa e nós que respondemos. Mas, somos capazes de render nulo o efeito do perdão do Pai, se nós não queremos perdoar os outros. Assim, o Pai continua querendo nos perdoar; mas, nós cortamos o efeito dessa gratuidade divina.
Obviamente, o perdão envolve um processo todo, que abrange não somente a parte espiritual, mas também psicológica, da pessoa. Não se consegue eliminar os efeitos das ofensas de uma só vez. Mas, o importante é o “querer” perdoar. O próprio desejo já é o perdão, pois é somente com a graça divina que nós conseguiremos perdoar mesmo. Mas, quando esse desejo é ausente, nem o perdão do Pai penetra a barreira que nós erguemos e o seu perdão fica sem frutos.
A proposta do texto de hoje é além das nossas forças humanas; mas, não além da possibilidade da graça divina. Por isso temos que sempre pedir o dom do perdão, conforme nos ensina a Oração do Senhor, para que as nossas comunidades sejam verdadeiramente sinais do Reino e não meramente aglomerações de pessoas que partilham as mesmas teorias teológicas, mas, sem que essas influenciem na sua vivência, na sua prática. Da nossa parte exige-se esforço, e Deus dará a força, para que vivamos conforme o desafio do Sermão da Montanha: “sejam perfeitos, como o Pai do Céu de vocês é perfeito” (Mt 5, 48).

Salmo 102/103

O Senhor é bondoso, compassivo e carinhoso.

Bendize, ó minha alma, ao Senhor,
e todo o meu ser, seu santo nome!
Bendize, ó minha alma, ao Senhor,
não te esqueças de nenhum de seus favores!

O Senhor é bondoso, compassivo e carinhoso.

Pois ele te perdoa toda culpa
e cura toda a tua enfermidade;
da sepultura ele salva a tua vida
e te cerca de carinho e compaixão.

O Senhor é bondoso, compassivo e carinhoso.

Não fica sempre repetindo as suas queixas
nem guarda eternamente o seu rancor.
Não nos trata como exige nossas faltas
nem nos pune em proporção às nossas culpas.

O Senhor é bondoso, compassivo e carinhoso.

Quanto os céus por sobre a terra se elevam,
tanto é grande o seu amor aos que o temem;
quanto dista o nascente do poente,
Tanto afasta para longe nossos crimes.

O Senhor é bondoso, compassivo e carinhoso.