Pe. Thomaz Hughes, SVD
TRIGÉSIMO DOMINGO COMUM - Ano A
Mt 22, 34-40
“Desses dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”
Oração
do dia
Deus eterno e todo-poderoso, aumentai
em nós a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar o que ordenais para
conseguirmos o que prometeis. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na
unidade do Espírito Santo.
Evangelho
(Mateus 22,34-40)
Proclamação do Evangelho de Jesus
Cristo segundo Mateus.
22,34 Sabendo os fariseus
que Jesus reduzira ao silêncio os saduceus, reuniram-se
35 e um deles, doutor
da lei, fez-lhe esta pergunta para pô-lo à prova:
36 “Mestre, qual é o
maior mandamento da lei?”
37 Respondeu Jesus:
“‘Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma e de todo teu
espírito’.
38 Este é o maior e o
primeiro mandamento.
39 E o segundo,
semelhante a este, é: ‘Amarás teu próximo como a ti mesmo’.
40 Nesses dois
mandamentos se resumem toda a lei e os profetas”.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
Hoje, temos mais uma das controvérsias do Capítulo 22, esta vez com os fariseus. De novo, a pergunta feita por um legista não é para descobrir a verdade, mas para armar uma cilada para Jesus - o verbo traduzido aqui como “para O pôr à prova” é o mesmo usado em v. 22, 8 (“armar cilada”). O que seria o maior mandamento era discutido entre as diversas escolas rabínicas da época - para alguns o maior era o amor a Deus, para a maioria era a observância do sábado. O Antigo Testamento enfatiza a importância de amar a Deus e de amar o próximo (Lv 19, 18 e Dt 6, 5). A originalidade de Jesus está no fato de Ele assemelhar um ao outro, dando-lhes igual importância e, sobretudo, na simplificação e concentração da Lei (que tinha 613 mandamentos) em esses dois elementos. A colocação de Jesus exige uma forma correta de amor próprio - não de egoísmo, mas de auto-respeito. A ligação íntima dos dois mandamentos não é atestada antes de Jesus e marca um avanço moral importante.
Mais uma vez Jesus desloca o eixo da questão, como fez domingo passado na passagem sobre o imposto a César. Esta vez Ele se recusa a entrar em discussões fúteis sobre leis, para enfatizar o papel central do amor - tanto a Deus como ao próximo.
É importante frisar que o “amor” de que Jesus fala não é um mero sentimento ou emoção, como muitas vezes ocorre na linguagem de hoje. O amor é uma atitude de vida, uma fidelidade à Aliança com Deus, uma vivência solidária com os irmãos e irmãs. Obviamente, não é possível simpatizarmo-nos com cada pessoa, nem gostar de cada pessoa. Mas, é possível superar antipatias e aversões, na caminhada da construção do projeto de Deus para o nosso mundo.
A ligação essencial entre o amor a Deus e ao próximo torna-se muito urgente hoje em dia, quando se dá tanto espaço a pregações intimistas e formas alienantes de “espiritualidade”, que muitas vezes não passam de uma busca disfarçada de auto-realização, mas que jamais levam a um compromisso com a transformação da nossa realidade. A frase de Jesus desautoriza qualquer pregação religiosa que separa o amor a Deus do amor ao próximo - um amor não somente afetivo (que talvez muitas vezes nem possa ser), mas, efetivo - concretizando de maneira prática a solidariedade e a justiça.
O nosso texto nos adverte contra qualquer tendência alienante ou legalista - os mandamentos não são para serem discutidos, mas vividos no amor e no compromisso. Para os rabinos do tempo de Jesus, o mundo todo dependia da Lei, do serviço no Templo e dos atos de bondade. Mateus fez com que a própria Lei dependesse dos atos de amor solidário. Esse avanço feito por Jesus desafia a todos nós para que não caiamos na tentação perene de separar os dois aspectos do amor - não é possível amar a Deus sem que amemos o irmão, e o verdadeiro amor ao próximo brota do nosso amor a Deus.
O nosso texto nos adverte contra qualquer tendência alienante ou legalista - os mandamentos não são para serem discutidos, mas vividos no amor e no compromisso. Para os rabinos do tempo de Jesus, o mundo todo dependia da Lei, do serviço no Templo e dos atos de bondade. Mateus fez com que a própria Lei dependesse dos atos de amor solidário. Esse avanço feito por Jesus desafia a todos nós para que não caiamos na tentação perene de separar os dois aspectos do amor - não é possível amar a Deus sem que amemos o irmão, e o verdadeiro amor ao próximo brota do nosso amor a Deus.
Salmo
17/18
Eu vos amo, ó Senhor, sois minha
força e salvação.
Eu vos amo, ó Senhor! Sois minha
força,
Minha rocha, meu refúgio e
salvador!
Ó meu Deus, sois o rochedo que me
abriga,
Minha força e poderosa salvação.
Eu vos amo, ó Senhor, sois minha
força e salvação.
Ó meu Deus, sois o rochedo que me
abriga,
meu escudo e proteção: em vós espero!
Invocarei o meu Senhor: a ele a
glória!
E dos meus perseguidores serei
salvo!
Eu vos amo, ó Senhor, sois minha
força e salvação.
Viva o Senhor! Bendito seja o meu
rochedo!
E louvado seja Deus, meu
salvador!
Concedeis ao vosso rei grandes
vitórias
E mostrais misericórdia ao vosso
ungido.
Eu vos amo, ó Senhor, sois minha
força e salvação.
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