quinta-feira, 1 de setembro de 2011

25º Domingo Comum - ano A


Refletindo o Evangelho do Domingo

Pe. Thomaz Hughes, SVD

Vigésimo Quinto Domingo Comum

Mt 20, 1-16

“Os últimos serão os primeiros”

Oração do dia
Ó Pai, que resumistes toda a lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que, observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Evangelho - Mt 20,1-16a

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus
Naquele tempo: Jesus contou esta parábola a seus discípulos: 16,1'O Reino dos Céus é como a história do patrão que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. 2Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia, e os mandou para a vinha. 3Às nove horas da manhã, o patrão saiu de novo, viu outros que estavam na praça, desocupados, 4e lhes disse: 'Ide também vós para a minha vinha! E eu vos pagarei o que for justo'. 5E eles foram. O patrão saiu de novo ao meio-dia e às três horas da tarde, e fez a mesma coisa. 6Saindo outra vez pelas cinco horas da tarde, encontrou outros que estavam na praça, e lhes disse: `Por que estais aí o dia inteiro desocupados?' 7Eles responderam: `Porque ninguém nos contratou'. O patrão lhes disse: `Ide vós também para a minha vinha'. 8Quando chegou a tarde, o patrão disse ao administrador: `Chama os trabalhadores e paga-lhes uma diária a todos, começando pelos últimos até os primeiros!' 9Vieram os que tinham sido contratados às cinco da tarde e cada um recebeu uma moeda de prata. 10Em seguida vieram os que foram contratados primeiro, e pensavam que iam receber mais. Porém, cada um deles também recebeu uma moeda de prata. 11Ao receberem o pagamento, começaram a resmungar contra o patrão: 12`Estes últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o cansaço e o calor o dia inteiro'. 13Então o patrão disse a um deles: `Amigo, eu não fui injusto contigo. Não combinamos uma moeda de prata? 14Toma o que é teu e volta para casa! Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti. 15Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?' 16aAssim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos.' Palavra da Salvação.

COMENTÁRIO

Há um consenso entre os estudiosos da Bíblia de que o centro da pregação de Jesus era “O Reino de Deus” (ou dos Céus, que em Mateus, significa a mesma coisa). Mas, Jesus nunca define o Reino; pelo contrário, sempre o descreve por meio de parábolas, para que o ouvinte se esforce para descobrir quais são os valores que tornam o Reino de Deus presente no meio de nós.
A parábola de hoje nasce no contexto da realidade agrícola do povo da Galileia. Era uma região rica, de terra boa, mas com o seu povo empobrecido, pois as terras estavam nas mãos de poucos, e a maioria trabalhava ou como arrendatários ou como “bóias-frias” como diríamos hoje. Embora a cena situe-se na Galileia de dois mil anos atrás, bem poderia ser o Brasil da atualidade! Apresenta uma situação de trabalhadores braçais desempregados, não por querer, mas “porque ninguém os contratou” (v 7). Talvez haja uma diferença, comparando com a situação de hoje - na parábola, o salário combinado era uma moeda de prata, um denário, que na época era o suficiente para o sustento de uma família por um dia - o que nem sempre se verifica hoje.
O texto nos ensina que a lógica do Reino não é a lógica da sociedade vigente. Na nossa sociedade, uma pessoa vale pelo que produz - logo, quem não produz não tem valor. Assim se faz pouco caso do idoso, aposentado, doente, excepcional. Na parábola, o patrão (símbolo do Pai) usa como critério de pagamento, não a produção, mas o sustento da vida - também o trabalhador da última hora precisa sustentar a família; e por isso, recebe o valor suficiente, um denário.
O Reino tem outros valores da sociedade neo-liberal do nosso tempo - a vida é o critério, não a produção. Por isso, quem procura vivenciar os valores do Reino estará na contramão da sociedade dominante. O texto nos convida a imitar o Pai do Céu, lutando por novas relações na sociedade e no trabalho, baseadas no valor da vida, não na produção e consumo.
Para a comunidade de Mateus, a parábola tinha mais um sentido. Começavam a entrar pagãos na comunidade, e muitos cristãos de origem judaica tinham dificuldade em aceitá-los em pé de igualdade - eram “da última hora”. Mateus conta a parábola para ensinar a eles que no Reino, experimentado através da comunidade, não pode haver discriminação entre cristãos de várias origens; por isso, “os últimos serão os primeiros”. O critério é a gratuidade de Deus Pai, pois tudo o que temos, recebemos d’Ele, e sendo todos filhos e filhas amados d’Ele, a comunidade cristã não pode discriminar pessoas, por qualquer motivo que seja.

Salmo - Sl 144,2-3.8-9.17-18 (R. 18a)

R. O Senhor está perto da pessoa que o invoca!

2Todos os dias haverei de bendizer-vos,*
  hei de louvar o vosso nome para sempre.
3Grande é o Senhor e muito digno de louvores,*
  e ninguém pode medir sua grandeza.

R. O Senhor está perto da pessoa que o invoca!

8Misericórdia e piedade é o Senhor,*
  ele é amor, é paciência, é compaixão.
9O Senhor é muito bom para com todos,*
  sua ternura abraça toda criatura.

R. O Senhor está perto da pessoa que o invoca!

17É justo o Senhor em seus caminhos,*
   é santo em toda obra que ele faz.
18Ele está perto da pessoa que o invoca,*
   de todo aquele que o invoca lealmente.

R. O Senhor está perto da pessoa que o invoca!





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