Refletindo o Evangelho do Domingo
Pe. Thomaz Hughes, SVD
Vigésimo Terceiro Domingo Comum
Mt 18, 15-20
“Onde dois ou três estiverem reunidos no meu nome, eu estarei
no meio deles”
Oração do dia
Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como
filhos e filhas, concedei aos que crêem em Cristo a verdadeira liberdade e a
herança eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do
Espírito Santo.
Evangelho - Mt 18,15-20
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo
Mateus
Naquele tempo, Jesus
disse a seus discípulos: 18,15Se o teu irmão pecar contra ti, vai
corrigi-lo, mas em particular, à sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o
teu irmão. 16Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas
pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três
testemunhas. 17Se ele não vos der ouvido, dize-o à Igreja. Se nem
mesmo à Igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um pecador
público. 18Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra será
ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. 19De
novo, eu vos digo: se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer
coisa que quiserem pedir, isto vos será concedido por meu Pai que está nos
céus. 20Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome eu
estou ali, no meio deles.' Palavra da Salvação.
COMENTÁRIO
O texto de hoje é tirado do Discurso Eclesiológico,
que trata de problemas da vida cotidiana da comunidade dos discípulos, que
Mateus chama de “Igreja” (nos Evangelhos, o termo “Igreja” só ocorre aqui e em
Mt 16, 18). Entre esses problemas podemos detectar a busca do poder (vv 1-5), o
escândalo dado aos pobres e humildes (vv 6-14), a questão do irmão que erra (vv
15-20) e o perdão das ofensas (vv 21-25). São questões ainda atuais para as
comunidades de hoje.
Um dos grandes
assuntos que perpassa o capítulo é a preocupação com o irmão (irmã) que se
desgarra ou se desvia. A lição é que os dirigentes - e a comunidade - devem ter
a mesma atitude de Jesus diante de tais pessoas, ou seja, a compaixão, a
compreensão, a vontade de reintegrá-las na comunidade. Somente em último caso o
erro de um irmão deve ser levado à comunidade mais ampla (a Igreja), pois a
caridade exige que primeiro se procure resolver a questão em particular. É
nesse espírito que a comunidade recebe o poder que Pedro recebeu em Mt 16, 19,
o de excluir o infrator da comunidade. Porém, é essencial interpretar esse
direito à luz de vv 12-14, onde a busca da ovelha desgarrada é dever primordial
dos dirigentes comunitários, a exemplo do Pai Celeste. Esse sentido da exclusão
é ressaltado por Paulo em 1Cor 5, 5: “humanamente ele será arrasado, mas o seu
espírito será salvo no dia do Senhor”.
O texto conclui dizendo que “se dois de vocês
estiverem de acordo sobre qualquer coisa que queiram pedir, isso lhes será
concedido”. Certamente, “qualquer coisa” se situa dentro das preocupações desta
seção de Mt que trata do seguimento de Jesus e da vivência da comunidade. Não
se refere a um pedido qualquer, ou que não fomenta a chegada do Reino, da
justiça, da partilha, da fraternidade.
Quantas vezes os nossos pedidos são nada mais do que
expressões do nosso individualismo? Cumpre lembrar que o Deus da Bíblia ouve “o
clamor do sofrido”, como tantos textos afirmam os salmos e os profetas. O
Evangelho afirma que o Pai vai atender qualquer pedido em nome de Jesus, em
favor da chegada do Reino. É claro que podemos e devemos rezar por nossas
preocupações individuais e pessoais; mas, elas não podem dominar o horizonte da
nossa fé. Devemos realmente lembrar a frase tão importante de Mateus, que nos
ensina: “Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo isso será dado
em acréscimo”. A nossa oração jamais poderá ser desvinculada dos grandes temas
do Reino e do sofrimento de tantos irmãos e irmãs no mundo de hoje.
Salmo - Sl 94,1-2.6-7.8-9
(R. 8)
R. Não fecheis o coração, ouvi, hoje, a voz de Deus!
1Vinde, exultemos de alegria no
Senhor,*
aclamemos o Rochedo que nos salva!
2Ao seu encontro caminhemos com
louvores,*
e com cantos de alegria o celebremos!
R. Não fecheis o coração, ouvi, hoje, a voz de
Deus!
6Vinde adoremos e prostremo-nos por
terra,*
e ajoelhemos ante o Deus que nos criou!
7Porque ele é o nosso Deus, nosso
Pastor,
e nós somos o seu povo e seu rebanho,*
as ovelhas que conduz com sua mão.
R. Não fecheis o coração, ouvi, hoje, a voz de
Deus!
8Oxalá ouvísseis hoje a sua voz:*
'Não fecheis os corações como em Meriba,
9como em Massa, no deserto, aquele
dia,
em que outrora vossos pais me provocaram,*
apesar de terem visto as minhas obras'.
R. Não fecheis o coração, ouvi, hoje, a voz de
Deus!
Sou Ir. Amabile Maria carniel, sou amante dos escritos de Fr. Carlos Mester e de DOM WILMAR, as reflexões dos evangelhos de cada domingo me ajuda a vivencial melhor a Celebração e tb me ajuda a aprofundar cada dia mais sobre os textos Bíblicos.
ResponderExcluir